segunda-feira, 28 de junho de 2010

A Resistência dos trabalhadores e as teorias que orientaram o movimento.

A Revolução Idustrial causou graves consequências na vida na vida dos trabalhadores, pois não havia regras ou limites para o exercício do trabalho. Os donos das fábricas impunham salários miseráveis e longas jornadas, que chegavam a dezoito horas diárias. Contra essa condição subumana, os trabalhadores lutaram de diversas maneiras.

Primeiras Lutas Operárias 

Movimento "Luddita"  (Ned Ludd)  1811
Foram protestos contra as máquinas inventadas para economizar mão-de-obra. Os luditas invadiam as fábricas e destruíam as máquinas, que não só tirava o trabalho dos artesãos como impunha aos operários condições desumanas de trabalho. Os integrantes do movimento sofreram dura repressão e foram condenados à prisão, à deportação e até à forca.
Movimento Cartista   (1830)
Foram os primeiros a incorporar as idéias de democracia, igualdade e coletivismo a um amplo e significativo movimento de trabalhadores. O cartismo teve origem numa petição conhecida como Carta do Povo, apresentada ao governo da Inglaterra, reivindicando:
  • sufrágio universal masculino;
  • voto secreto;
  • eleições anuais para o parlamento;
  • pagamento dos parlamentares;
  • representação política do proletariado.
"Trade Unions"
Associação de trabalhadores com objetivos inicialmente assistenciais, sugindo mais tarde os sindicatos que lutaria por uma transformação social mais ampla.

Novas Ideologias: o debate sobre a nova ordem econômica e social.

O debate decorrente do conflito de interesses entre os empresários e os operários contribuiu para a elaboração de  várias teorias sociais. Algumas justificavam os rumos da nova sociedade industrial capitalista. Outras, identificadas com os interesses dos trabalhadores, denunciavam a exploração do trabalho e pregavam uma sociedade mais livre e justa.

Liberalismo econômico
Teoria que justificou a sociedade industrial, cujos principais representantes foram:

Adam Smith(1723-90): obra, A riqueza das nações.
Criticou a política mercantilista, por meio da qual o Estado interferia na vida econômica. Ele defendia que a economia deveria ser dirigida pelo livre jogo da oferta e da procura de mercado (laissez faire). Segundo ele, o trabalho era a verdadeira fonte de riqueza para as nações, e deveria ser conduzido pela livre iniciativa particular.

Thomas Malthus (1766-1834): obra, Ensaio sobre os princípios da população, no qual defende a tese de que a miséria dos trabalhadores era consequência de uma lei da natureza, e não culpa da burguesia. Para ele, a população crescia num ritmo bem mais rápido do que os meios de subsistência; para evitar esse descompasso, seria necessário restringir a procriação humana.

David Ricardo (1772-1823): obra, Princípios da economia política. Nessa obra afirmou que o trabalho deveria ser encarado como uma mercadoria qualquer, sujeita à "lei da oferta e da procura". Se houver muita oferta de trabalho, o preço dessa mercadoria diminui, resultando nos baixos salários. Para ele, não caberia ao Estado ou aos sindicatos exigir aumentos de salários contrários a essa "lei". Assim, as leis de mercado justificavam os salários de fome e a exploração dos trabalhadores.


Socialismo: teorias que orientaram o movimento operário

Socialistas Utópicos:sonhavam com uma sociedade mais justa alcançada pelas transformações éticas e morais do burguês, de forma pacífica, sem levar em consideração a luta de classes.
Representantes: Saint-Simon, Charles Fourier e Rober Owen.

Socialismo Científico ou Socialismo Marxista:
Segundo essa corrente de pensamento, somente com o fim da propriedade privada, com a união dos operários contra a burguesia, a tomada do poder de estado através de uma revolução é que surgiria uma sociedade mais igualitária ou socialista.

Os Princípios básicos que fundamentam o socialismo Marxista podem ser sintetizados em 4 teorias centrais:
Teoria da mais-valia: onde se demonstra a maneira pela qual o trabalhador é explorado na produção capitalista.
Teoria do materialismo histórico: onde se evidencia que os acontecimentos históricos são determinados pelas condições materiais(econômicas) da sociedade;
Teoria da luta de classes: "o motor da história  humana" é aluta de classes, que só terminaria com a construção da sociedade comunista perfeita. Nela desapareceriam a exploração de classes e as injustiças sociais.

Representantes: Karl Marx (1818-1883) obras, O Capital, O 18 Brumário, o Manifesto Comunista.
Friedrich Engles: (1820-95) obras, A origem da Família, do Estado e da Propriedade Privada.

Anarquismo: palavra de origem grega e dignifica ausência de domínio político autoritário. Acreditavam que o homem deve viver sem Estado, a partir de uma gestão comunitária, ou seja, por meio da cooperação. Em livre associação, os indivíduos seriam capazes de produzir e distribuir a riqueza produzida de acordo com suas necessidades. Defendiam:
  • supressão de toda e qualquer forma de governo;
  • abolição da propriedade privada;
  • instalação de uma sociedade sem classes:
  • extinção das desigualdades sociais:
  • superação do capitalismo e instalação imediata da sociedade comunista.
Representantes:  Pierre-Joseph Proudhon(1809-65) obra, "O que é propriedade" e Mikhail Bakunin (1814-76).

Socialismo Cristão: a Igreja Católica assumiu uma posição de crítica, não ao capitalismo em si, mas aos abusos da exploração capitalista. O Estado deveria criar leis trabalhistas e reconhecer as associações operárias, como forma de amenizar os conflitos sociais e criar uma  cooperação harmoniosa permanente entre capital e trabalho.